Fachada

Não arrepare no meu sorriso não
A dor é cinzenta e borrada
Me dá calafrios pensar que ainda vivo mais um ano
Mais um dia, mais essa hora

Não se confie no riso frouxo
Por dentro é cólera.
A truculência da vida me faz duvidar
Se isso daqui mesmo é pra viver ou morrer

Não se acanhe não
Talvez você não saiba,
Mas a sua mansidão é que dá pano pro mundo rodar
A vontade é de pular, mas já não tenho pernas nem ligamentos pra isso.

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