Por que escrevo? - Livro de organização de José Domingos de Brito
Do livro de José Domingos de Brito, 'Por que escrevo?', alguns dos belos depoimentos de certos moços/moças escritores aculá..
Augusto dos Anjos:
“A princípio escrevia simplesmente
Para entreter o espírito… Escrevia
Mais por impulso de idiossincrasia
Do que por uma propulsão consciente.
Entendi, depois disso, que devia,
Como Vulcano, sobre a forja ardente
Da ilha de Lemnos, trabalhar contente,
Durante as 24 horas do dia!
Riam de mim, os monstros zombeteiros.
Trabalharei assim dias inteiros,
Sem ter uma alma só que me idolatre…
Tenha a sorte de Cícero proscrito
Ou morra embora, trágico e maldito,
Como Camões morrendo sobre um catre!”
Carlos Drummond de Andrade:
“Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Mesmo porque não havia analista no meu tempo, em Minas.”
Fernando Pessoa:
“Eu escrevo para salvar a alma.”
[ Drummond, Pessoa também e assim como Wolf, com essa história de 'análise pessoal através da escrita, me ajudam a escrever - logo - novo texto sobre o tema e, vamos falar de sublimação!!]
Clarice Lispector:
“Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E, no entanto, cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.”
Gabriel García Márquez:
“Para que meus amigos me amem mais.”
[Gabriel sincero]
Rachel de Queiroz:
“Acho que para cada escritor há uma razão diferente. No meu caso, num certo sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha gente e principalmente de mim mesma: eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse. No fundo, é esse o grito do escritor, de todo artista. Creio que o impulso de todo artista é esse. É se fazer ver. Eu existo, olha pra mim, escuta o que eu quero dizer: tenho uma coisa pra te contar. Creio que é por isso que a gente escreve.”
Esses são só alguns, fiquei interessada nesse livro, dado um trabalho que fiz sobre o escritor e seu sintoma/sinthoma, talvez fosse uma bela maneira de retornar à cena principal.
Augusto dos Anjos:
“A princípio escrevia simplesmente
Para entreter o espírito… Escrevia
Mais por impulso de idiossincrasia
Do que por uma propulsão consciente.
Entendi, depois disso, que devia,
Como Vulcano, sobre a forja ardente
Da ilha de Lemnos, trabalhar contente,
Durante as 24 horas do dia!
Riam de mim, os monstros zombeteiros.
Trabalharei assim dias inteiros,
Sem ter uma alma só que me idolatre…
Tenha a sorte de Cícero proscrito
Ou morra embora, trágico e maldito,
Como Camões morrendo sobre um catre!”
Carlos Drummond de Andrade:
“Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Mesmo porque não havia analista no meu tempo, em Minas.”
Fernando Pessoa:
“Eu escrevo para salvar a alma.”
[ Drummond, Pessoa também e assim como Wolf, com essa história de 'análise pessoal através da escrita, me ajudam a escrever - logo - novo texto sobre o tema e, vamos falar de sublimação!!]
Clarice Lispector:
“Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi essa que segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E, no entanto, cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.”
Gabriel García Márquez:
“Para que meus amigos me amem mais.”
[Gabriel sincero]
Rachel de Queiroz:
“Acho que para cada escritor há uma razão diferente. No meu caso, num certo sentido, é o desejo interior de dar um testemunho do meu tempo, da minha gente e principalmente de mim mesma: eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse. No fundo, é esse o grito do escritor, de todo artista. Creio que o impulso de todo artista é esse. É se fazer ver. Eu existo, olha pra mim, escuta o que eu quero dizer: tenho uma coisa pra te contar. Creio que é por isso que a gente escreve.”
Esses são só alguns, fiquei interessada nesse livro, dado um trabalho que fiz sobre o escritor e seu sintoma/sinthoma, talvez fosse uma bela maneira de retornar à cena principal.
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