Para educar crianças feministas - Chimamanda Ngozi Adichie
Esse novo livro da escritora vem no mesmo formato do Somos todos feministas, um livro de bolso, acessível em valor e que de forma simples e clara nos fala sobre as questões do feminismo e a importância desse debate hoje.
A proposta desse livro é apresentada em formato de carta. A escritora escreveu para uma amiga que se tornou mãe de uma menina e assim, a carta apresenta quinze sugestões de como educar crianças na perspectiva de que o feminismo traz a igualdade entre gêneros. Assim,ela acaba falando de valores antes tidos como "comuns" do lugar da mulher na sociedade como necessários de serem quebrados.
O livro traz o debate sobre a brincadeira de criança não se limitar ao gênero, não há brinquedos só para meninos e outros só para meninas. É importante divulgar o conhecimento e exploração de informações para ambos. Fala também dos conceitos como "princesa e príncipe", como eles são problemáticos e Ainda nos levam a um lugar do qual "a princesa está em fuga e precisa ser resgatada" e o tal "príncipe que salva a donzela". Não! A mulher não precisa ser resgatada de nada, ela não está nesse lugar de passividade. Além disso, discutir a necessidade das crianças saberem dizer não, para assim não sofrerem abusos caladas, muitas vezes as crianças sofrem abusos e nada dizem porque tem de ficar quietinhas, "é só um segredinho". Isso leva a outra questão: o corpo, a discussão desde sempre de que o corpo é um lugar no qual só ela tem o total poder e controle e de que é preciso também aceitá-lo mesmo que esse não entre nos "moldes sociais". Chimamanda também fala da realidade onde elas vivem:ser uma mulher negra e africana. Além disso, traz outras questões importantes que internalizamos como lugar comum, mas não é de forma alguma. Eu recomendo muitíssimo esse livro. Que possamos debatê-lo nas escolas, grupos de leitura, espaços familiares,etc. É preciso falar de feminismo não como tabu ou o inverso do machismo. É sobre um mundo mais digno e justo onde ser mulher não signifique salários menores, convites para assédio, estupros, "crimes passionais", pq isso não é amor!
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