caminho

mudo-me
muda-te
mudamos

mudamos na mudança de nós
mudamente me calo
não parece óbvio?
nada o é.

me canso
choro
mudo em mim
mudo em ti
e na mudança sobra o quê?

mudamos, lembra?
mudamos juntos e choramos
não há lágrima que cesse quando a dor está assim
arraigada
e mesmo na mudança torta da vida
há mudanças que não mudam
Não mudam de endereço, nem nome, não mudam de dono
Continuam na casa amarela
na rua deserta, no fundo do quarto, no espelho, no armário

E se isso nos persegue
como conseguiremos ir em frente?
Faz quanto tempo que não vamos em frente, se sempre parece que construímos novos caminhos?
E ao nos darmos conta deles que voltamos
paramos, nos despedimos
e mudamente,
mudamente nos mudamos de nós novamente.


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