José e Pilar



Saramago falando sobre Pilar Del Rio "(...) se traduz numa frase que é: ver, ouvir e não calar. Se alguma coisa pode definir a Pilar no seu temperamento, no seu caráter, é isso: ver ouvir e não calar. Ver para saber o que se passa, ouvir para estar consciente do que se diz e não calar, porque é preciso. Melhor que exagere do que se ser uma pessoa apática, indiferente, egoísta"

É preciso não ser indiferente à vida. Assisti ao filme sobre os dois, estou a procura do livro já que o leio aos pedaços. E cada vez mais penso que o amor tem disso de troca, de 'se dar ao outro'. Que bonito achar um amor e saber o quanto é possível se doar se a relação for uma via de mão dupla. Se só um lado ceder a corda se rompe. Desejei muito ser a Pilar de um alguém e isso foi um erro, já que o outro de nada lembrava José. Só se é possível viver em doação, sem se privar, sem se calar quando no outro encontramos porto seguro onde aportar. Se o mais fácil é desfazer o laço, perder caráter, ser alguém egoísta, vencer pelo medo ou barganhar através de outros há algo de muito torto nessa relação.

É preciso não calar, não fazer cena para o mundo, mas viver com quem te dá abrigo nas horas precisas e saber dizer sim e não também. Que o amor seja assim companheiro.

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