Álbum de família filme de John Wells



CONTÉM SPOILER!!

Depois de uma semana pós assistir a esse filme consigo hoje assimilar melhor porque tive um baque tão grande com o aclamado August: Orange County, ou na tradução para o português, Álbum de Família do diretor John Wells.

Álbum de Família não é um filme para todos, soube de várias pessoas que deixaram a sala do cinema ou não assistiram à cópia pirata no seu computador até o fim. E não é pra menos, se você tem qualquer relação mais acalourada com a sua família ou com parte da história dela o mal-estar lhe acompanhará e lhe fará refletir por pelo menos uma semana (como no caso da que vos escreve...)

O filme retrata a história de Violet Weston (Meryl Streep - sempre maravilhosa) a matriarca da família que, de certa forma, agrega todos os principais parentes daquele um dia "lar" depois de um "incidente" com o marido, interpretado por Sam Shepard. O centro da trama envolve a volta das irmãs ao lar, interpretadas por Julia Roberts (Barbara), Julianne Nicholson (Ivy- uma ótima surpresa a atuação dessa jovem) e Juliette Lewis (Karen). Além do clã da tia, a irmã de Violet no filme e a nova housekeeper contratada pelo marido antes de sumir.



O filme foi inspirado numa já aclamada peça de teatro e que supostamente era divertida, segundo a própria Meryl Streep fala numa entrevista para Ellen DeGeneres (assista aqui), mas de engraçado o filme nada tem. As histórias são todas pesadas e carregadas de um passado transgeracional que a família carrega. Descobertas e mais descobertas, como camadas pesadas vão sendo retiradas a cada momento do filme, desde o suicídio do pai até o fim com a casa contendo mãe e filha, que tanto brigaram e relutaram em falar do seu passado, presente e possível futuro. Julia Roberts e Meryl Streep estão dando um show de interpretação, assim como a incrível Julianne Nicholson e o querido Chris Cooper. 

Assista o filme se você não tiver medo de se enxergar, nem que seja um pouquinho numa situação tão controversa como é a vida em família, com segredos e dor, muita dor acumulada. O filme tem cenas fortíssimas, como essa do segundo pôster e a última que irei postar. O final do filme me foi estarrecedor. John Wells acertou em cheio no elenco e na adaptação (apesar da falta de comédia que supostamente a peça tem). Outro núcleo que gostei bastante foi a história das irmãs com a mãe e a criação em conjunto. O início do filme é muito bom e dá indício do porque a trama será o que será, a flor da pele!

Recomendo muitíssimo, a vida é muito mais esse calor infernal que eles tanto repetem dentro da casa onde a história se passa. E o calor é sufocante, nos faz respirar lento e alucina. 

Pela primeira vez gostei da tradução do nome do filme, álbum de família muitas vezes representa aquela história contada e marcada numa foto, parada no tempo, esquecida, mas muitas vezes a família mesmo aparece depois do clique, depois que a foto é tirada e a mesa posta foi desfeita.





Comentários

Jean dos Anjos disse…
Eu também adorei o filme, embora tenha ficado, de alguma maneira, com a impressão de já ter assistido. Aliás, você já assistiu "Interiores" do Woody Allen?
Sabrina Ximenes disse…
Jean, filmes em família me lembram sempre esses "barracos", mas o que achei interessante da trama - confesso - foi que querendo ou não se trata de um suicídio que poderia ter sido cometido por qualquer um dali.

Na condição humana em que vivemos ainda é a 'opção' mais fácil diante da dificuldade, num olhar e linguagem bem chulas e de senso comum. No entanto, ele é avisado como ato único frente aquela realidade, ele pode ser ainda "evitado", mesmo o pai sabendo que era um pedido em vão feito àquela esposa naquela condição.

Acho o final revelador do que é o humano no seu extremo, no momento da decisão, gostei pela emoção toda que envolve.

Já o do Woody ainda não vi, mas acabou de entrar pra lista dos must see now!!

Um beijo e tô com saudades!!

Postagens mais visitadas