Vazio





Eu tenho certeza que eu sou um ser humano muito horrível
Não nasci pro convívio
Não tenho delicadeza no tato
Simplesmente não me vejo gente.

É de uma estranheza tremenda não se sentir parte
Desde o início me sobressaio
e não no bom sentido.
Não pareço perdida na multidão
Eu sou a multidão silenciosa dentro de um só corpo.

Só.
E no fim é isso:
solidão.
Que antes inimiga,
Daquela que apavora
É única fonte de vida
que ainda há em mim.

Solidão de tudo aquilo que respira
E diz: "Estou aqui".
Como pensar felicidade
Nesse estar sozinho sem fim?

E ontem, hoje, amanhã
não importa,
Continuo infinita incógnita sozinha
que não morre por fim.

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